[entenda o texto a seguir como quiser. quem precisava entendê-lo era eu.]
Hoje eu olhei na sua cara e não gostei do que vi. Sim, dona lebre, hoje vi seus olhinhos cor-de-rosa-marijuana-da-boa e entendi tudo. Na verdade, desentendi tudo porque tinha entendido tudo errado. Contaram a fábula errada pra esse Mané aqui e eu fiquei torcendo pro bandido esse tempo todo.
Ah, lebre cretina, eu sempre torcia por você e ficava com dó porque a pentelha da tartaruguinha ganhava a corrida da forma mais sem graça do mundo. Foi você quem me ensinou a dizer “só não cheguei em primeiro porque não quis”. Foi você quem me ensinou que bastava saber que era o melhor, bastava ouvir os elogios sobre o potencial. Cumprir a meta, cruzar a linha, terminar a carreira era pros fracos, pros medíocres, pros que tinham algo a provar.
Ah, lebre desgraçada, ainda hoje você faz tanto sucesso nos megatemplos do país afora. Há tantas coelhinhas e coelhões dizendo sempre “você é o melhor”, “você foi escolhido”, “você merece”, “você já é um vencedor”, “a vitória já é sua”. Mas isso você já sabe, né, sua lebre desalmada? Sua teologia do sucesso imediato rendeu aos salões uma multidão de narizinhos empinados e olhinhos vidrados, hipnotizados pela inalcançável cenoura dourada.
Tenho até remorsos por conta dos pobres dos gatos que não quis comprar em seu lugar. Teria tido mais sorte com os felinos. Eles não bajulam, não elogiam demasiadamente, não iludem pulando de cartolas de fundo falso. Eles cantavam “Nós, gatos, já nascemos pobres / Porém, já nascemos livres / Senhor, senhora ou senhorio / Felino, não reconhecerás”. Mas você me bajulava com o conforto da desistência premiada: “De olhos vermelhos / De pêlos branquinhos / De pulo bem leve / Eu sou o coelhinho/ … / Por uma cenoura / Já fico manhoso”.
Agora, com licença, preciso ir me retratar com a tartaruguinha e ver se ainda sou aceito na turma de repetentes do curso “Devagar e sempre. Como diferenciar sucesso verdadeiro de elogios vazios”.
p.s.: Ah, coelhinho, na boa, se eu fosse como tu…
Amei!
Esse eu concordo plenamente. Parecem que esquecem de que “Tudo tem o seu tempo determinado, e há tempo para todo propósito debaixo do céu”.
Quero ser tartaruga, mas muitas vezes me pego com orelhas de coelho.
Vou imprimir esse texto e colar pela casa.
Quero ser SEMPRE tartaruga!!
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Obrigado, amiga. É incrível como passamos tempo esquecendo palavras tão doces, simples e sábias.
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Tem como eu entrar por último na fila dos incompetentes? Mas talvez minha incompetência seja tanta que acabem me dando o primeiro lugar. Lugar que não aceitarei, por pura preguiça.
Talvez pela minha preguiça de ser qualificado, eu descubra um dia que fui qualificado. Talvez muitos sejam chamados e tenham começado a trabalhar árduamente, mas poucos sejam os escolhidos, aqueles que de fato acharam que eram incapazes, pobres, domo dizia o papagaio do capitão Haddock: Gordo, feio e barrigudo. Talvez esses sejam os escolhidos. Talvez.
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Walter, cada vez mais o dito de Jesus sobre os últimos e os primeiros me descontrói e me anima a uma caminhada menos perfeccionista.
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Em poucas palavras foi sucinto, direto e abrangente… que sirva a carapuça a quem lhe caiba! Um texto onde muitos vão observar familiaridades.. vão criar empatias.. vão se familiarizar em situações… e que como sempre que caiba a cada qual o seu papel e sua culpa… e que aprendam com isso… Deus criou tanto a Lebre quanto a tartaruga.. o que elas decidem fazer com seus dons, sua inteligencia, e sabedoria.. é com elas…e que arquem com isso mais tarde… ^_^
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Contentamento, prima, contentamento parece ser a chave.
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Excelente! Já fui coelhino, hoje só quero ser tartaruga. Deus, ajudai-nos!
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Palavra da salvação!, reza o credo.
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Pô, cara,
muito doido!!!!
@@
Aí, viajei nessa história!
rs
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Que a viagem seja contigo, nobre Yacamim
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Vivemos numa cultura de anti-heróis, e como tais queremos viver.
Essa fábula mostra como o “reconhecimento” se desfaz quando não alcançamos o “sucesso”.
A fórmula é a seguinte: reconhecimento + tempo – sucesso = fracasso + solidão + desilusão.
Sucesso dona tartaruga jr.
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fórmula amarga, mas verdadeira. Fico imaginando o que alcançaria se ‘a mesma’ tivesse sido partilhada.
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Tartaruga sim, firme, na rocha, tranquilo e centralizado no foco. É o que há de melhor!
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Falaê, André. Sim, sim, firmes e firmados.
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tom, vc é doido demais. seus textos me levam a refletir.. a vida toda uma certa pessoa que conheço estilo tartaruga foi comparada com as espertas lebres. aí, se esforça pra acompanhar o ritmo desvairado que o mundo impõe em todas as áreas da sua vida, mas na essência continua na mesma lerdeza de sempre. e é uma admiradora confessa do modo “slow” de viver. mas tanta lerdeza tem limite.. vc saberia informar qual comprimidinho essa tal lebre anda tomando? rs
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até ouvi a trilha sonora: “o Tom é doido, é doido, é doido demais”. Vindo de uma das minhas melhores amigos, recebo como ofensa mais elogiosa, mas seguirei paripasso no modo ‘Dorival Caymmi”.
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Plurisignificante.
Estudarei na faculdade da tartaruguinha, farei pós graduação com o caramujo e sairei com o digno diploma de Loser.
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Sabe quem vai te outorgar grau, né?
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É preferível andar a passos de tartaruga e aprender pelo caminho, do que ser lebre, apressada, sem vontade de conhecer, sem atenção, sem percepção. Correr por correr…..prefiro chegar por último e curtir os momentos de aprendizagem pelo caminho. Parabéns Tom , lindo texto, puro e simples.
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Sucesso imediato? Isso é para poucos. Para maioria de nós o caminho passa pelo trabalho e dedicação mesmo. Somos filhos do Rei mas não podemos nos acomodar.
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Onde será a inscirção para o curso? rs
Muito bom! =]
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Acredita que só descobri seu blog agora?
Vou estar sempre por aqui. Seus textos são instigantes
e nos fazem refletir. Este da lebre é um primor.
Forte abraço!
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Excelente !
Prefiro aprender com o dartagnan do que com o Ligeirinho !
Te convido a visitar meu blog, tenho dois textos que falam sobre essa questão :
http://bjardim.blogspot.com/2009/04/step-by-step.html
http://bjardim.blogspot.com/2009/06/fast-faith.html
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Brilhante texto, Tom, parabéns!
Vejam só que mundo cão, fazer de um coelhinho, predador com sangue nos zóio!
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Tom, já faz um tempo acompanho seus escritos, diga-se de passagem, são cativantes. Mas este foi inquietante e fustigante. Tomei a liberdade de reproduzi-lo no meu blog. Um abraço, caro Tom.
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